1.01.2018

Reconheço que tenho um problema.

Todos os anos penso nisto, mas acho que é cada vez mais difícil encontrar um equilíbrio. Tecnologias em casa. Acho que não vale a pena colocar umas palas: elas vão viver numa era em que os telemóveis são como que um prolongamento do nosso corpo, sem os quais se vão sentir incompletas. É o que já acontece, é o que vai continuar a acontecer. Eu não me sinto bem sem telemóvel. Não gosto de ficar sem bateria se estou a viajar de carro, não gosto de me esquecer do telemóvel, fico ansiosa quando não o encontro na mala, a achar que o perdi. É das primeiras coisas que faço quando acordo, se não estiver atrasada, e é das últimas do dia também: dar uma "lambidela" pelas redes, ver o que se passa "por aí" ou se alguém disse alguma coisa. Os nossos filhos identificam mais depressa um telemóvel e sabem a quem pertence do que distinguem uma bolacha de um pedaço de pão. Vêem-nos com ele, já sabem que há bonecos por lá algures e que dá para tirar fotografias também por lá. Percebem que se deslizarem os dedos atingem resultados diferentes. 
Ora, eu todos os anos penso que vou impor algumas regras para tentar ser menos dependente do telemóvel e das redes, mas não sou bem sucedida. Acho que nunca tento a sério. Acabo por me desculpar com o meu trabalho, com uma suposta necessidade que nem sempre é verdadeira e que só existe para me abafar a culpa. 
De vez em quando, lá combino com o David "agora não há telemóveis" e conseguimos. Estou a rir-me por estar a reconhecer nestas palavras um vício, mas não tem piada nenhuma. Como podemos depois querer que as nossas filhas, em plena idade do armário, nao vivam em função dos telemóveis e dos outros e respeitem regras, se nem nós o fazemos? 
Claro que tiro horas só para elas, mas também as integro bastante no vício (bonecadas e óculos e chapéus e máscaras dos messenger e afins) e isso é um bocadinho parvo (ou não será?, se for lúdico e aproveitarmos para brincar e construir personagens?). 
Falamos tanto em abrandar, em slowliving, em aproveitar todos os momentos com eles, mas lá vamos nós registar tudo e contar a todos o que estamos a viver, não vá tudo não ser real e ninguém saber... (E nós bloggers estimulamos e vivemos desta dinâmica...). Não teremos de fazer uma selecção muito mais apertada de como e com quem andamos a "gastar" os nossos tempos livres? 
Olhemos para eles a brincar ou com aqueles olhos arregalados a verem um livro novo e tentemos bastar-nos de vez em quando. Dá-nos uma sensação de poder, de escolha, de força gigante! 
Esqueçamo-nos propositalmente dos telemóveis em casa no fim de semana para nos sentirmos livres! Não? O que fazem vocês?

Boa semana! Bom Ano Novo! 






 Roupa Boboli, Ténis Vans


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a Mãe é que sabe Instagram

6 comentários:

  1. Olá Joana, o meu marido é viciado no facebook, anda com o telemóvel pela casa toda, e à custa disso a minha filha de 29 meses está constantemente a pedir, já eu tenho um telemóvel simples que nem é smartphone, porque sim, porque é suficiente para mim e a bateria dura uma semana, estou sempre contactável, estou a pensar adquirir um tablet, porque por vezes preciso de usar o email e consultar a conta do banco e isso sim faz-me falta, de resto passo bem sem isso, e a partir do momento que estou com ela, o telefone/tablet fica na carteira, não há lugar para tecnologias, não os levo para a mesa do café, ou para a mesa do restaurante, e a minha filha não vê videos no youtube enquanto jantamos, sentamo-nos todos (pelo menos tentamos) e comemos,se é mais difícil, é sem dúvida, por vezes comemos à vez, e sempre a dizer Maria não faz isso, maria fica quieta, e é um comer e andar, mas é assim que eu gosto, claro mais eu do que ele, pois ele por vezes esforça-se, mas não larga o facebook!!! No jantar com a familia dele era ver após o jantar todos à mesa com os telefones, e eu a brincar com a Maria na sala, com livros, o que terá sido melhor?!?! Para mim eu sei o que foi melhor, para os outros não sei!!! O que interessa é fazermos o que nos sentimos melhor em fazer, e o que achamos correcto fazer, os outros não interessa!!! Digo eu!!! Beijinhos

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  2. Veem passar uma semana aqui onde eu vivo, que nao ha rede nem internet. Aposto quando voltarem para lisboa ja nem sentem falta 😂..

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  3. Cá por casa usamos muito telemóvel e tablet mas não acho que seja demais. Já senti que era demais e alterámos um pouco as coisas e passando a ignorar o telemóvel sempre que estamos com as miúdas, desde que as vamos buscar à escola até elas dormirem. Ao fim de semana estamos pouco online.
    A de 3 anos de meio gosta de jogar no iPad mas não pede muito e é capaz de usar umas duas vezes por mês, se tanto. Felizmente ela e a irmã, de 18 meses já brincam muito juntas e acabam por preferir isso a ver televisão ou brincar no tablet.
    Mas, se for preciso usar para as entreter em algum lado, ou durante um bocadinho em que preciso mesmo de fazer outra coisa não me sinto mal com isso. O que funcionar bem para cada família estará bem.

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  4. Realmente às vezes dou por mim a pensar, antigamente não tínhamos nada disto e eramos tão felizes, mas temos que nos render aos factos, o mundo já não é o mesmo, e nós temos que correr lado a lado com ele senão perdemos a viagem.

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  5. Ca em casa nao ha televisao e criancas nao estao autorizadas a ter telemoveis,assim evitam se guerras e vicios no futuro.criancas com menos de 12 anos nao necessitam de telemovel ou computador.cada familia faz como quer mas nao se podem queixar depois quando isso se refletir na escola,nas notas,nas brincadeiras e etc

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  6. Nós temos um tablet que não tem jogos nem aplicações, quando os miúdos o utilizam é para ver vídeos no YouTube. Durante a semana podem ver bonecos ou ver vídeos depois de vir da escola até ao jantar (ali entre as 18:30 e 20h), fora isso não há TV nem tablet para ninguém. Ao fds deixo o tlml em casa muitas vezes, se for algo urgente a família liga ao meu marido. Não tenho o hábito de registar tudo e mais alguma coisa que eles fazem, tiro fotos de vez em quando mas sem pressão (também o meu rendimento não depende disso).
    Quando os miúdos estão em casa de primos ou amigos que tenham jogos ficam absolutamente fascinados e pedem logo para jogar, é normal, querem o que não têm em casa. Mas não é por causa disso que mudamos a nossa maneira de actuar, eles têm 5 e 6 anos, têm muito tempo para andar vidrados num ecrã. Quando vamos a restaurantes é absolutamente impressionante a quantidade de miúdos fantoches, não falam com os pais, não interagem, nada, estão fixados no ecrã sem participar em nada. São silenciosos, sem dúvida, mas não é isso que quero para nós.

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